Quadradinho do Bonde das Maravilhas

A Fascinação Pelas Novinhas do Funk

Se existe algo que brasileiro gosta é a tal da dança. Somos famosos no mundo inteiro pelos nossos ritmos variados e técnicas no salão. Na verdade, todo ano há sempre uma nova música com uma coreografia que toma conta do país e todo mundo quer dançá-la em todo lugar, independentemente da idade. E é aí que está o problema.

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No início de 2013, algo que tomou conta do país foi a música/dança “Quadradinho de 8” do grupo Bonde das Maravilhas. O clipe recebeu milhares de visualizações no Youtube. Embora a acrobacia para a dança tenha sido um grande chamativo (ter que ficar de cabeça para baixo, com as pernas para cima e rebolando), algo que chamou a atenção de muita gente foi a idade das meninas: muitas delas menores de idade, sendo a mais nova de apenas 14 anos. O corpo também ainda era bem infantilizado, tendo bem menos curvas que o de uma mulher feita e o rosto que mais lembrava uma menina sapeca do que uma mulher tentando ser sexy.

Assim, a idade e aparência da funkeira destoavam drasticamente da mensagem da música e da dança, que é a promoção do erotismo. E, para quem acha isso exagero, o Conselho Tutelar de Minas Gerais começou a investigar em maio de 2013 o grupo de funkeiras após receber uma denúncia de conteúdo pornográfico na coreografia da música (informação do Uol). Está na hora de repensarmos as músicas e as coreografias das chamadas “novinhas do funk”.

Danças que simulam o ato sexual

Quadradinho de Borboleta

Em agosto, o grupo Bonde das Maravilhas conseguiu aumentar ainda mais a erotização de seu hit com a variação chamada “Quadradinho da borboleta”. Mantendo o rebolado, as variações do “quadradinho” agora simulam também o ato sexual com passinhos chamados de “abre e fecha”, “passinho do bate-bate” e “quadradinho da borboleta”. Mas o Brasil é um país livre, as pessoas podem fazer o que querem, certo? Errado.

Este tipo de dança, além de expor suas dançarinas e demais meninas a possíveis pedófilos, podem também estimular o ato sexual precoce e até mesmo forçado. Quando uma menina está dançando de forma erótica, os homens ao redor automaticamente as vêem como objetos sexuais e sentem-se no direito de abusar sexualmente delas. Não digo que há penetração forçada, mas o abuso sexual começa com a imposição sexual de uma pessoa em relação a outra que esteja em uma condição de menos poder. Ou seja: passar a mão em certas partes do corpo, gritar insultos, tudo isso faz parte da agressão sexual.[sc:artigos_relacionados]

Outro vídeo que tem chocado o país é um vídeo chamado “Oz abusados – Putaria no Palco”, onde uma das “novinhas do funk” e até três homens simulam o sexo a gritos como “pega a novinha” e “quero ver se tu aguenta”. O clipe é tão chocante que o Youtube pede que se faça o login para confirmar que você é maior de idade, mesmo não havendo nudez.

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A degradação da mulher e das meninas

Mc Lon

A gravidade do problema consegue ainda proporções estratosféricas porque de que de alguns anos para cá, o alvo das letras e da dança são as novinhas do funk – meninas menores de idade. O termo surgiu no meio da comunidade funkeira para designar meninas novas demais para fazer sexo, dizendo coisas como “não vai com ela porque ela é novinha, vai dar problema”. Porém, as letras estimulam o ato sexual abertamente com essas novinhas do funk e até afirmam que as mulheres o fazem pela possibilidade de ganhos materiais, uma forma de prostituição. Vejamos algumas letras:

No camarote ela dança pra mim
No camarote ela mexe
(…)
Novinha, vem que tem
Oh! Vem que tem, meu bem
Tô de Camaro, e o bolso aquário
Contando as notas de 100
(…)
E na porta do baile funk fiz elas delirar
Só pra impressionar, eu abri o teto solar
E joguei minha corda pra fora pra incomodar

A música é de autoria do Mc Lon. A letra claramente vê a mulher como um objeto meramente para o prazer sexual masculino e que ela usa seu corpo apenas para conseguir dinheiro. A próxima música de Mc Matheus, além de falar sobre isso ainda vai além, falando explicitamente em sexo com uma menor de idade:

Vem novinha, vem que hoje tu pode
Vem zuar com a gente aqui no camarote
E final da noite tu ainda ganha um brinde
Vamos lá pro motel terminar a noite na Suíte

Nesse caso, vemos que a menina deve “obedecer” ao homem, atendendo a seu chamado.

Se você achava que não fica pior, outras letras além de incentivar a promiscuidade com menores de idade, ainda incitam a violência. É o caso da música “Novinha” do Mc Martinho:

preliminares versao clara

Novinha, vê se não mexe comigo
(…)
Eu vim te falar do meu proceder
descubra você todo meu sentimento
mas se debochar, vô logo avisar
Que duas pistola é meu fundamento
é melhor não faltar com respeito
sujar o meu nome perante a favela
que eu te deixo esticada no chão
dou tiro na sua mão e quebro suas pernas
eu vou te levar pro micro-ondas, mas antes eu rasgo
seu corpo na bala
pra família te reconhecer, só mesmo no exame da arcada dentária

Ou seja, o Mc em questão acha justo usar a violência para ensinar uma “lição” às novinhas do funk.

Diante de tanta barbaridade, é realmente surpreendente que tantas mulheres se submetam de livre e espontânea vontade a esse tipo de achincalhamento. Este tipo de letra e música degrada a mulher e representam um retrocesso para o país, tanto em termos de direitos femininos, como a Lei Maria da Penha, como também em termos de ética e moral.

Combatendo o fogo com fogo: o uso do funk como crítica social

Nem sempre o funk foi apenas isso. Durante muito tempo, o funk foi uma manifestação das favelas contra os abusos do poder, preconceito, violência, entre outros problemas sociais. A música era usada como crítica social e uma maneira de fazer com que as elites soubessem do que se passava na periferia. Infelizmente, o funk agora reforça valores promíscuos e inclusive o crime, algo que ele tanto criticou em tempos passados.

aumente 300 porcento

Pior, os bailes funk têm ido na contramão da tendência mundial, que é a de pedir por uma lei mais rigorosa para combater e punir a utilização de adolescentes e crianças na prostituição, abuso sexual e pornografia.

É preciso que as pessoas se conscientizem das inúmeras consequências negativas que essa nova tendência do funk traz. Os pais precisam estar mais atentos ao que os filhos ouvem e devem instruí-los sobre a inversão de valores e apologia ao crime (violência e pedofilia) contidas nessas músicas. Os funkeiros, por sua vez, devem dar uma olhada nas origens de sua música para usa-la como instrumento de transformação social para o bem e não para o mal.
[sc:mestre-da-seducao-depois-artigo]

Qual é a sua opinião sobre a criação, a mistificação e o tratamento às novinhas do funk? Você gosta desse estilo musical? Comente abaixo!

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onquistas mulheres nota 10

3 Comentários

  1. Funk é vomito de vaca… não curto, ate porque além de ser sujo faz apologia ao crime e a pedofilia. chega…. infelizmente não há lei que proíba essas “musicas”

  2. Eu curto funk, mas fico muito chateado quando vejo a minha irmã mais nova ouvindo, gostando e dançando. Quando toca algo mais próximo da gente, que a gente percebe como essa músicas fazem mal pra sociedade!!

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